sábado, 27 de junho de 2009

Hoje

Hoje estou criança perdida no meio da multidão
Aquela mão perdeu-se entre as gentes,
Tudo tão fúnebre na solidão
Fiquei sentado, ali, à tua enorme leveza, quente.

Não!

Saí corri para te encontrar, em águas, eu criança,
E de sem querer tropecei, numa esperança.
Um velho me disse: “- Porquê choras nessa andança?”
Perdi-me entre uma e outra dança.

Não!

Que raio de escrita me irrompe pela alma!
Era uma doce e eterna calma.
Era a paz em que morria.
Era a vida que me fugia!

Não!

Era eu!

"Antunes Sarmento"

Sem comentários: