segunda-feira, 20 de julho de 2009

Poema

Oh triste poesia que se escreve sobre o tempo passado
Vivido, triste, sozinho, entre memórias imaculado.
Queira Vénus que me mude para onde apenas musas
Decifrem a poesia inacabada das minhas amarguras

Pois que eu de tão humano dotado de defeito
Onde a minha perfeição é um complexo imperfeito
Espero assim revelar-me em teu beijo
Que espero em desespero desejo…

Hoje existe um silêncio feito indivisível
Quebrando
Solvendo
Matando…

"Antunes Sarmento"

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Quebra

Mesmo que pouco seja do que na tela pintaste de mim
E que na àgua dos teus olhos o grosso sal
Anteveja a angústia sórdida e pérfida do fim
Eu te peço, meu amor, não quebres o encanto
Mesmo que os tempos não sejam mansos
Que em quimeras, devaneios, loucuras sábias e afim
Fomos construindo o que somos, construindo o que sei
Eu te peço, meu amor, não quebres o encanto
Mesmo que ambos saibamos que a ausência e a conjura
Darão à luz o ciúme, insegurança, amargura
Eu, no entanto, eu te peço, meu amor, não quebres o encanto
Não permitas que se esconda
Que se envolva em sensatez
Que o sonho seja vencido,
Dominado pelo medo
De sofreres mais uma vez.

"Antunes Sarmento"