sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Fogos

Fumo um cigarro agreste em mim
esvai-se o fumo no infinito
olho-o de longe já se afastando
e fico, apenas assim...

Apresso o passo, a vida não pára
dobro a esquina da vida e continuo
onde exoterismos me acercam e chutam
e fico, apenas assim...

Páro sobre a calmaria de uma árvore
O vento sopra e apressa a nudez
é o Outono perigoso da vida
e fico, apenas assim...

Penso ainda no Inverno ali
na branca doce neve
onde já me por vezes me perdi
e fico, apenas assim...

Regresso a mim como um fantasma
dou dois passos em frente
não hei-de eu estorvar a gente
e fico, apenas assim...

A rua parece agora vazia
retorno o passo apressado
fugindo da noite, findo o dia
e fico, apenas assim...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Espelhos

E porque a vida nunca pára
Imagens perdem-se.
Longe daqui já se vê!

Gosto de pensar que por pensar
penso mais ainda...

Sorrio quando vejo
e dobro-me!

Fujo da imensidão.

Vou andando pelas ruas
onde o luar de prata amanhece!

Espero na esquina solitária
o que acontece!

Rogo no Sol o meu passado
abandonado...

E ouço ventos de Norte!

Uma música suave em "Allegro"
Ouve-se no fundo do mar...

Toco suavemente a guitarra
apenas em menores...

Fúnebre. Marcha.

"Antunes Sarmento"

domingo, 13 de dezembro de 2009

Sem ti

Sem ti,
o meu silêncio é saudade,
minhas lágrimas são o mar,
Sei que é difícil de explicar...
és lugar onde quero estar.

Perde-te comigo onde não existiu,
seguindo este caminho
que nos levará a um destino.

Passam os dias,
que quero que sejam contigo,
penso em ti, e naquela canção,
que me levará ao teu coração...

As horas passam lentas sem ti,
e o mundo morre como num sonho,
ficando para trás o fim...
E a dor por dentro,
sempre mais forte.

Torna-se por vezes
mais fácil viver,
fechando os olhos!

E mantens-me vivo
quando sussurras ao ouvido.