sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Poema entristecido

Fugaz luar onde me encontro
Embrenhado,sonhando acordado aqui e ali
Vivendo sonâmbulo por entre gentes
Que embora acordadas no mundo
Vivem mortas numa vida, num mar de lama
Fosse ontem o hoje e o amanhã não existisse
E não haveria futuro que dissesse
Nem alma que resistisse.
Mas fico eu na calmaria de uma vida
Enxergando mortos imunes à solidão
Ouvindo sons que há muito partiram
Sinto o vértice de duas rectas convergentes
Anunciando a chegada ou a partida
Revelando defuntos, predizendo morte.
Mas se Mundo só existe na névoa de um sonho
Existiria vida para além da poesia
Existira o singular amor.