sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Fogos

Fumo um cigarro agreste em mim
esvai-se o fumo no infinito
olho-o de longe já se afastando
e fico, apenas assim...

Apresso o passo, a vida não pára
dobro a esquina da vida e continuo
onde exoterismos me acercam e chutam
e fico, apenas assim...

Páro sobre a calmaria de uma árvore
O vento sopra e apressa a nudez
é o Outono perigoso da vida
e fico, apenas assim...

Penso ainda no Inverno ali
na branca doce neve
onde já me por vezes me perdi
e fico, apenas assim...

Regresso a mim como um fantasma
dou dois passos em frente
não hei-de eu estorvar a gente
e fico, apenas assim...

A rua parece agora vazia
retorno o passo apressado
fugindo da noite, findo o dia
e fico, apenas assim...

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