terça-feira, 17 de junho de 2008

Finitum

Não olhes para trás para a curva finita que acabaste de dar
Nem sempre somos o que o passado nos fez
Por vezes queremos muito mais que amar
Possuir como se fosse a última vez…

Agora:

O amor só se sente quando nos falta
Cantarei nosso amor sempre em voz alta,
Até o sangue que é vida,
Só damos por ele
Quando se abre uma ferida…
Não queiras amor a perfeição divina…
Ela nunca foi fado, ou tão pouco sina.
Sente o vento na fronte,
Assim como a dor no peito,
Tudo o que é nosso
É-o de qualquer jeito…
Pintamos a vida com guache e aguarela
Por vezes difícil
É o que não pintamos nela…

2 comentários:

Anonymous disse...

O amor sente-se?...

Anonymous disse...

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a DESILUSÃO DE UM QUASE. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata… trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escapam pelos dedos, que se perdem por medo. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão; para os fracassos, oportunidades; para os amores impossíveis, tempo. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixes que a saudade te sufoque, que a rotina te acomode, que o medo te impeça de tentar. Gasta mais horas a agir que a sonhar, a fazer que a planear, a viver que a esperar, porque embora, quem quase morre está vivo, quem quase vive já morreu.