quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Amar-te-ei

Hoje... Há tanto tempo...
Tempo que passou.
O nosso tempo!
Sofremos! Não sofreste abandonada,
não sofreste desamparada, num antro de agonia comum
onde a morte espera a cada esquina!
Chorámos... oh meu deus, se choramos!
Mas nunca pensas-te que também chorei.
Lágrimas correram, em dias que não viste.
Desespero tive na tua ausência.
E tu nunca sentas-te ao meu lado e me afagas-te.
Respondes tu com frieza: " - E tu?"
Eu, querida, eu pensava em ti mesmo na escuridão.
Eu, trocidava o meu ser em ti...
Eu, querida, esmagava o meu coração!
Eu, despi-me de mim... Para te puder apenas olhar!
Mas que podia eu amar?
Eu amavava-me através de ti, e com o teu amor distante
eu próprio me perdi...
Oh, princesa do meu castelo imundo,
pudesse eu fazer o tempo girar!!!
Sou um frágil e humilde homem.
Que pena a minha,
de não ser o teu cavaleiro montado nas crinas de um belo cavalo branco.
Choro agora mais uma vez,
por não me amar, por o teu amor distante.
Choro mais uma vez por me sentir vazio sem ti,
mas o que fazer de uma dor que não pode ser aliviada...
Que fazer... Que poderia eu fazer para que soubesses
que nada mais faz mais sentido que apenas olhar-te!
Oh bela rainha, porque tornas-te um rei, humilde servo.
Não percebes que despojaste tudo o que de mim havia, e que se assim o fizeste
deverias preencher com amor todo o espaço agora em solidão...
Porque empunhas a lança mortal, em vez de um puro acto de compaixão...
És mortal, como escorpião ferido que mata com dor agoniante.
Não serei mais teu, se assim quiserdes,
morrerei para ti, se assim o desejardes.
Mas dizei-me infame, como poderei voltar a ser eu?
Como recuperar o sofoco deste amor preso em ti...
Não me ireis responder por certo, agora que estás longe!

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