quinta-feira, 13 de março de 2008

Pugnam

Existem tantas coisas soltas
Tantas outras presas em nós,
E na divergência sangramos,
Nuvens se acumulam, escurecem-nos.
Trevas inoportunas, nos afrontam!
Perdemos o Este,e o Sul...
Soltamos raivas perdidas no Mundo.
Choramos!
Passam horas sopra o vento, e a tempestade!Vem.
Saímos à rua e raios partem-nos e ferem-nos,
E existem chuvas ácidas que nos queimam e desfazem,
Vento em rajadas impede-nos de seguir em frente,
Os olhos cegam de tanto nevoeiro,
E no auge... Soltam-se árvores, partem-se ramos...
E nós no meio da rua!
Capas ao vento rasgadas, farpas cravam-se na pele endurecida pelo frio.
Agua brota dos olhos expostos ao vento,
Existem pulsões,ruídos, gemidos de zinco solto na rua.
Parámos!!!
Amena a tempestade, corre serena, agora a brisa.
Telhados voaram, há vidros no chão, sandálias gastas no tempo,
As capas...
Silêncio. Ouvimos. Afastamos o lixo, abrimos caminho!
Rompemos em desalento, de feridas abertas,
Seguimos em frente, e os escombros continuam.
Afastam-se as nuvens, um raio de sol sorri...
Olhemos contemplativos.
Se amar acontece, é por ti...

1 comentário:

Anonymous disse...

Por vezes é tão difícil expressarmo-nos… É difícil aceitar que não nos compreendam… É difícil aceitar a realidade... É difícil aceitar que aquilo por que lutamos é uma utopia inalcançável… E pergunto-me “porquê?”.
Serão os seres humanos imutáveis? Penso que não… O que fazemos nós por aqueles de quem gostamos? Até que ponto nos desvalorizamos? E eles?
O que fazemos nós por amor? E o que não somos capazes de fazer?
Será demasiado pedir respeito, consideração, reciprocidade…? Deveremos nós ser fiéis ao conhecido ditado “Olho por olho, dente por dente”?
Terão as pessoas nesta vida aquilo que realmente merecem? Será que o nosso “mundinho” é assim tão justo que nos retribui no bom e no mau?
Até no amor somos seres tão egoístas… Nem nisso nos damos por completo… se é por medo, orgulho, supremacia… não sei. Até aqui vemos o patrão que dá ordens, faz o que entende e o empregado que acaba por não se manifestar, enfim acaba por aceitar, talvez por necessidade, talvez por gosto, talvez por falta de personalidade, por falta de coragem… e depois atinge o limite e demite-se… não sabe muito bem o que vai fazer, não tem certezas, não sabe a quem recorrer, não sabe com quem falar, sente-se só, mas está consigo mesmo…
Será uma mulher apenas algo físico? Nisso não posso acreditar… será um troféu? Será um refúgio? Será o homem um ser incapaz de pensar no que é ser mulher?
Quantas vezes pensamos para pensar na nossa vida, nos que nos rodeiam, nos nossos… E será que pensamos realmente neles, só podemos pensar por nós mesmos… tornando-se assim tudo inconclusivo. Concluímos apenas sobre nós mesmos, mais nada…